E
a vida segue, assim como o mundo.
É
interessante poder escrever, estar conectado à internet, viver, no dia em que
muitos esperavam pelo caos, destruição e morte. Sim, porque, se o mundo
acabasse, estaríamos mortos! O que me levou a escrever, contudo, não tem a ver
com a data tão falada, difamada, ridicularizada...exaltada! O que me faz
escrever, neste momento, é a inquietude de minha alma, o anseio de compartilhar
algumas experiências que tive, vivi e aprendi. Muitas delas pequenas, mas que
fizeram, e fazem, grande diferença! Situações e ponderações passadas nestes
meus 31 anos de vida! Não é autobiografia, longe disso! Tampouco, me elevo como
grande conhecedor da vida, a ponto de querer ensinar ou influenciar alguém. Quero
compartilhar, apenas, lições, situações e experiências que tive nestas 31 vezes
que passei pelo dia 21 dezembro:
Aprendi
que amizade não acaba, mas que amigos podem distanciar-se. Eu aprendi que amigo
pede “um tempo”. Sabe aquele momento, em uma relação, no qual uma das pessoas
diz: acho que precisamos de um tempo?! Então, totalmente novidade, pra mim, mas
vivi isso! Aprendi que amigos seguem caminhos diferentes, criam projetos,
traçam metas diferentes das minhas. Aí, vem o distanciamento. Mas o mais
incrível que aprendi, sobre amizade, é que “o tempo” acaba e o sentimento
sincero não morre. De repente, você está com seu amigo, em um café, rindo à toa;
tudo fica como antes. Aprendi, também, que o distanciamento não significa nada.
Quando acontece o reencontro é como se nunca tivesse deixado de ver aquela
pessoa! Aprendi que amizade pode nascer nos lugares mais inesperados! Pessoas
novas chegam e este sentimento tão delicioso acontece! Aprendi que amizade é
essencial para me manter vivo!
Aprendi
que não posso ter tudo o que desejo e tenho de saber lidar com isso! Nunca fui
de fazer listas de resolução de fim de ano. Se as fizesse, tantas coisas estariam
nelas! Mas desejos são diferentes de resoluções. Mas aprendi a viver com aquilo
que tenho e posso ter, com os desejos que podem ser realizados e lutar para que
outros se realizem. Aprendi que posso ter a cabeça nas nuvens, mas não posso
tirar meus pés do chão! Quanto às resoluções, aprendi que devo dar outro nome a
elas: metas. Metas são necessárias, precisam ser traçadas, mas aprendi que não
adianta traçá-las, sem trabalhar em prol das mesmas.
Aprendi
que o tempo não cura todas as dores. Ele ameniza, mas não cura. Aprendi que
existem diversos tipos de curas, para diversas áreas de minha vida! Aprendi que
o sofrimento pode me trazer cura. Curar uma relação abalada, por exemplo! Expor
algo que estava escondido, que não era visto, justamente, porque o tempo
amenizou! Mas ali estava o sofrimento, querendo mexer na ferida, abrindo-a,
para que ela pudesse ser limpa e tratada. Aprendi que, em meio a conflitos
extremos, ninguém me apóia tanto quanto minha família! Aprendi que minha dor
não é maior e nem menor que a do outro, mas igual. Para cada um de nós, o nosso
problema é o maior. Aprendi que não adianta querer comparar situações ou
vivências. Como diz a música, “cada um sabe a alegria e a dor que vai, no
coração”. Aprendi a respeitar o que o outro sente e aprendi, também, que nem
sempre aquilo que sinto será respeitado. Mas há de se aprender a lidar com
isso.
Aprendi
a ser grato pelo alimento que tenho em minha mesa! Aprendi que um pãozinho e
dois ovos mexidos é um verdadeiro banquete! Aprendi a ser mais consciente com o
que trago pra dentro de minha geladeira, para que, depois de um tempo, não vá direto
para o lixo. Aprendi que não devo deixar de comer algo que gosto e me está
disponível, simplesmente por conta da estética! Aprendi que existem muitas
pessoas, no mundo, que não se importariam em ganhar alguns quilinhos a mais, se
tivessem o que comer.
Aprendi
o que é preconceito e que sou preconceituoso. Aprendi que o preconceito não está,
apenas, na diferença de cor, de credo, de opção sexual. Existem tantas outras
formas do preconceito se manifestar. Aprendi que pessoas que muito tem, tendem
a ridicularizar as que menos tem. Meu celular é assim, meu computador é assado.
Minha casa tem isso, meu lençol é feito com todos os fios do mundo, meu
espumante é da marca tal. Coisas tão ínfimas, por vezes, ridículas, mas que,
hoje, tornam algumas pessoas superiores a outras, como se em castas,
vivêssemos.
Aprendi
que Deus me trata de maneira que não mereço! Sua fidelidade, compaixão e amor
não cabem em meu entendimento. Aprendi que nunca conseguirei corresponder a
este amor. Mas aprendi que é necessário amá-Lo, com todas as minhas forças.
Aprendi que Deus não escreve certo em linhas tortas. Ele, simplesmente,
escreve! E sua escrita é incontestável. Aprendi a conhecer o que é graça.
Aprendi
que um abraço é, para mim, como um casaco, em um dia frio!
Aprendi
que um sorriso abre muitas portas, inclusive, as do coração!
Aprendi
que posso chorar, assistindo um filme! E, confesso, até com um bom comercial!
Aprendi
a dizer não e que isso não é fácil. Aprendi a dizer sim, mas isso também não é
fácil! Como o contexto muda! Mas aprendi que sim e não fazem parte da vida
adulta.
Aprendi
que saber cozinhar é um dos maiores dons. Sabe quando bate aquela fome? Você
abre a geladeira e tem ovos e bacon! Na despensa, macarrão! O resultado?
Carbonara! Aprendi a me deliciar com o que cozinho e aprendi novas receitas!
Aprendi
novas músicas, novos gêneros e aprendi a gostar de alguns segmentos que nunca
imaginei estarem em minha “play list”.
Aprendi
que sapatos devem ser confortáveis, antes de serem modernos!
Aprendi
que não sei cuidar de plantas! Matei três cactos e uma espécie rara de orquídea,
que me foi presenteada por um amigo orquidófilo!
Aprendi
que sempre devo estar pronto a ouvir, mas que nem sempre terei o que falar.
Aprendi
que, não importa a idade que eu tiver, minha mãe sempre me esperará com
croissant de chocolate!
Aprendi
tanto, mas pude falar de tão pouco – até porque você ficaria entediado ao
ler...se isso já não aconteceu. Mas o que aprendi, e não posso deixar de
registrar, é que tenho muito, muito, muito mais a aprender! Parece clichê. É
clichê! Mas é realidade!
Que
venham nos dias, novos anos, dificuldades, alegrias e muito aprendizado!